Circuito Cultural mostra processo de criação de dois livros da Cepe

Dois livros publicados pela Cepe Editora – À Francesa: a belle époque do comer e do beber no Recife e Osman e Hermilo: Correspondência – terão suas histórias detalhadas na segunda etapa do Circuito Cultural Digital de Pernambuco. O processo de criação, produção e edição de cada uma das obras será compartilhado com o público no painel Por Dentro do Livro na quinta-feira (8) e na sexta-feira (9), sempre às 16h, com acesso gratuito pelo portal do evento (www.circuitoculturalpernambuco.com.br). O Circuito é uma iniciativa da Companhia Editora de Pernambuco com Curadoria da Fundação Gilberto Freyre.
À Francesa: a belle époque do comer e do beber no Recife, lançado em 2014, acaba de ganhar versão e-book (R$ 15) e é o tema da conversa da quinta-feira. O livro conta a origem do francesismo na culinária da capital pernambucana no século 20, baseado na dissertação de mestrado defendida pelo historiador Frederico de Oliveira Toscano na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Com 338 páginas na versão impressa, À Francesa venceu o Prêmio Jabuti 2015 – 3º lugar na categoria Gastronomia – e terá em breve nova tiragem.
Frederico Toscano não pensava em transformar o trabalho acadêmico em livro ao iniciar as pesquisas em jornais e publicações de autores da época. “Quando fui avançando na dissertação, busquei uma escrita que fosse mais acessível. Então, perto da defesa, me veio a ideia”, diz o autor e historiador. “Achava fascinante essa história de a gente ter uma influência estrangeira na culinária que até então não tinha sido bem estudada”, declara. O debate será conduzido pelo jornalista Edi Souza.

Na sexta-feira (9), o professor do Departamento de Letras da UFPE Anco Márcio Tenório Vieira fala sobre Osman e Hermilo: Correspondência, que ele organizou e a Cepe lançou em 2019. Com 192 páginas, o livro traz cartas e bilhetes trocados entre os escritores e amigos Osman Lins (1924-1978) e Hermilo Borba Filho (1917-1976) por um período de 11 anos, de 1965 a 1976. Ele fez o livro atendendo a um convite da Fundação Casa de Rui Barbosa, em fins de 2010.
“A FCRB (Fundação Casa de Rui Barbosa) enviou-me o material das cartas no início de 2011. A partir daí organizei um grupo de alunos da Graduação em Letras da UFPE e começamos o trabalho. Inicialmente, digitalizando-as; depois, fazendo a correção; por fim, a pesquisa para entender o contexto histórico de cada carta e declinar os nomes e os eventos que estavam contidos nessas cartas. O resultado é que o livro encerra mais de 1600 notas de rodapé”, informa Anco Márcio. Ele finalizou a organização do livro em 2018.
Segundo ele, para compor as notas de rodapé, essenciais na publicação, “a maior dificuldade foi contextualizar episódios pessoais, familiares, pois implica entrar na intimidade familiar e, principalmente, das pessoas envolvidas.” A organização do livro, diz o professor, é um trabalho e também um prazer. “É muito trabalho, muito trabalho mesmo, mas também um imenso prazer. Aliás, para mim, a atividade intelectual sempre foi um prazer”, declara.
EDIÇÃO
No painel Por Dentro do Livro, Anco Márcio conversa com Wellington de Melo, que editou Osman e Hermilo. “De minha parte, me considero um editor old-school, dos que se preocupam com a palavra posta na página e trabalham em função do artefato cultural mais importante de nossa civilização: o livro”, declara Wellington de Melo, ao ser questionado sobre o papel do editor de livro. “Tenho trabalhado com autores de todo o País (muitos chegam por meio de meu site www.wellingtondemelo.com.br) e, quando me procuram, buscam justamente aquele que leia seu texto e diga o que os outros leitores, amigos ou familiares nunca dirão: a verdade, por mais dura que seja”, acrescenta.

“Naturalmente, nem sempre os autores ouvem os editores – às vezes, acertam, mas normalmente é um erro ignorar seu editor e o autor que o faz tem as pragas do Egito a sua espera. Stephen King diz que ‘escrever é humano, mas editar é divino’. É isso, com menos tragédia bíblica e mais livros encaixotados. O que é importante para mim – não o será para outros editores – é que o diálogo flua com sinceridade e que, ao fim do trabalho, o autor ou autora ainda se veja no seu livro e fique satisfeito. Só assim, o trabalho do editor terá sido bem-sucedido”, afirma Wellington de Melo, ex-editor de Cepe e que hoje atua de forma independente.
Programação da quinta-feira (8/10)
8h30 – Ler, muito prazer!
Exibição de vídeos de experiências de leitura de crianças na primeira e segunda infância
9h – Senta, que lá vem história!
Contação da história do livro A menina que engoliu um céu estrelado (Cepe), de Gael Rodrigues, com Tapete Voador
9h40 – Dinâmica das letras
Recriação de histórias, com Tapete Voador
10h – Oficina
Os Bichos, à Moda de Clarice. Oficina de estampa com Emerson Pontes
11h – Bate-papo
Aspectos positivos de uma educação bilíngue. Participação das pesquisadoras Selma Moura e Rita Ladeia, com mediação da pedagoga Roseanne Rego Barros.
12h – Prazer de Ler
Exibição de vídeos de experiências de leitura de jovens e adultos
13h – Videocast
Memória em cena: Balé Popular do Recife (Direção de Christianne Galdino, 2017)
14h – Oficina Teatro para Crianças
Produção de Teatro de bonecos, com Dani Travassos
15h – Bate-papo
Em torno das releituras da obra O Pequeno Príncipe. Com a participação de Josué Limeira, autor do livro O pequeno príncipe em cordel, e de Rodrigo França, autor do livro O pequeno príncipe preto
16h – Por dentro do livro
À francesa: a belle époque do comer e do beber no Recife, com o autor Frederico de Oliveira Toscano e mediação do jornalista Edi Souza
17h – Live
Percursos e percalços de uma trajetória literária. Participação de Julián Fuks e mediação do jornalista Fellipe Torres
18h – Contação de história
Contação da história do livro A menina que engoliu um céu estrelado (Cepe), de Gael Rodrigues, com Tapete Voador
18h45 – Dinâmica das letras
Recriação de histórias, com Tapete Voador
19h – Lançamentos
Cruz de carne, autoria de Valença Leal. Conversa com a filha do autor, Gerusa Leal, e o organizador na nova edição, Homero Fonseca. Mediação do editor Diogo Guedes
20h – Sarau
Sarau musical Sobrado 47, com Juliano Holanda e Lucas Torres
Programação da sexta-feira (9/10)
8h30 – Ler, muito prazer!
Exibição de vídeos de experiências de leitura de crianças na primeira e segunda infância
9h – Senta, que lá vem história!
Contação da história do livro A coisa brutamontes (Cepe), de Renata Penzani, com Érica Montenegro.
9h45 – Dinâmica das letras
Uma conversa sobre poesia, com Érica Montenegro
10h – Oficina
Oficina de Literatura de Cordel para Crianças, com Mari Bigio
11h – Bate-papo
Panorama do mercado livreiro no Brasil, com a participação de Vitor Tavares (presidente da Câmara Brasileira do Livro) e de Ednilson Xavier (consultor literário e ex-presidente da Associação Nacional de Livraria)
12h – Prazer de Ler
Exibição de vídeos de experiências de leitura de jovens e adultos
13h – Videocast Cultural
D-20 Vermelha (Direção de Djaelton Quirino, 2019)
14h – Oficina Teatro para Crianças
Produção de Teatro de sombras, com Dani Travassos
15h – Bate-papo
Livro testemunho: história de refugiados no Brasil. Participação das jornalistas e escritoras Aryane Cararo e Duda Porto de Souza, e mediação de Valentine Herold
16h – Por dentro do livro
Osman e Hermilo: Correspondências, com Anco Márcio Tenório Vieira e Wellington de Melo
17h – Palestra
Jovens e a Leitura: crush ou relacionamento sério? Participação de Thalita Rebouças e apresentação de Luiza Maia
18h – Contação de história
Contação da história do livro A coisa brutamontes (Cepe), de Renata Penzani, com Érica Montenegro
18h45 – Dinâmica das letras
Criação de poesias, com Érica Montenegro
19h – Lançamento
Um espião silenciado, de Raphael Alberti. Conversa entre o autor e o jornalista Vandeck Santiago
20h – Sarau
Sarau musical Vozes da Mata Sul, com Anaíra Mahin, Rildo de Deus e Dennis Anderson
Texto: Assessoria de Imprensa da Cepe
Compartilhar:
Deixe um comentário